Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 1839, no Rio de Janeiro, e aí morreu em 1908. Trabalhou como tipógrafo e revisor, tornando-se colaborador da imprensa da época. Tem uma infância pobre. Casou-se em 1869 com Carolina Xavier de Novais, que muito o estimulou na carreira literária. Foi o 1º presidente da Academia Brasileira de Letras, que ajudara a fundar em 1897.
Considerado o melhor escritor brasileiro do século XIX e um dos mais importantes da nossa literatura. Trabalhando o cientificismo, o psicologismo e o conflito existente em cada um deles.
Resumo da obra
O Alienista é um conto que relata acontecimentos, não estritamente realistas no sentido da verossimilhança,porém ilustra,simboliza e critica os valores da época.Simão Bacamarte,médico formado em Portugal,instalou-se em Itaguaí - interior do RJ-,tornando-a em seu universo para estudar a loucura e sua classificação . Percebeu que os loucos não tinham lugar adequado para ficar;com isso resolveu instalar naquele lugar um centro de recuperação, com apoio da Câmara Municipal,constrói um hospício “Casa Verde”.
Começando a internar os loucos mansos ,os furiosos e os monomaníacos .Após várias leituras e meditações científicas,resolveu comunicar a seu amigo,o boticário Crispim Soares que “a loucura era até agora era uma ilha perdida no oceano da razão” e que já suspeitava que ela fosse um continente... O Dr.Bacamarte (alienista) decidiu levar para a Casa Verde cidadãos estimados e respeitados em Itaguaí ,pessoas que para ele apresentavam distúrbios mentais .Atemorizados,os que ainda não tinham sido levados para o hospício tramam uma rebelião que,liderada pelo barbeiro Porfírio, de alcunha Canjica-que mais tarde deu nome ao levante popular-Revolta dos Canjicas.Bacamarte ,com a autoridade e a coragem do grande cientista que julga ser,recebe a massa rebelada,deixando-a perplexa com sua serena superioridade intelectual.Quando chegam em Itaguaí os dragões do Rei ,para restaurar a ordem,mas acabam aderindo aos revoltosos e a revolução triunfa.
Análise
O ato pretencioso do Dr. Simão Bacamarte de classificar a mente humana e estabelecer critérios rígidos sobre a sanidade mental das pessoas caracteriza a sátira machadiana ao cientificismo vigente nas últimas décadas do século XIX. Outra sátira corrosiva diz respeito á arbitrariedade dos que detêm alguma forma de poder absoluto. Ao se tornar o senhor dos critérios da razão e da loucura, Bacamarte em virtude de seu título profissional torna-se um ditador científico. Humoristicamente, Machado reverte o absurdo desse totalitarismo científico: O médico solta os “loucos” e prende os sãos. Machado critica também os que lutam pelo poder político, tanto os que já possuem, como os pretendem conquistá-lo, todos são movidos pelo interesse pessoal; como é o caso dos vereadores de Itaguaí e o barbeiro (Porfírio). Aqueles já possuem e este pretende conquistar.
O pessimismo machadiano consiste no desfecho da obra, quando Bacamarte encerra na casa verde representando um comportamento digno, generoso e nobre. Pois a sociedade é composta de maneira majoritária por corruptos. Além disso, os cidadãos honrados degradam-se com facilidade, e isso em “O Alienista” significa dizer que estão curados e aptos a viver em Itaguaí.
Desta forma, nesta obra, há uma galeria de personagens desenhados e caricaturados (D.Evaristo, Crispim Soares, Padre Lopes, Porfírio). Trata-se de um texto alegórico, em que os fatos são o pretexto para uma corrosiva fábula sobre a impossibilidade da ciência classificar rigidamente a mente humana e sobre o absurdo do poder absoluto.
O homem em toda sua plenitude, é um eterno enigma, uma vez que age de acordo com a situação em que vive. Machado evidencia em suas obras conflitos existenciais que não estão explícitos na sociedade da época. Por isso, insinua, conduz e faz com que o leitor tire suas próprias conclusões. A obra é universal, aborda fatos contemporâneos que engrossam as fileiras da falsa moral, do oportunismo exacerbado, da mentira e de tudo que corrompe o ser humano.
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no RJ em 1830,no morro do Livramento.Órfão,consegue sobreviver e fazer carreira de funcionário público e escritor.Aos 16 anos trabalha na Imprensa Nacional,auto didata conquista vasta cultura literária,oque lhe elevou ao título de consagrado.
Aos 30 anos casa com Carolina Xavier de Moraes.Sua carreira burocrática começa a ascender.Foi um dos fundadores e 1° presidente da Academia Brasileira de Letras.Morre aos 69 anos,também no Rio,em 1908.